quinta-feira, 23 de outubro de 2008

O Movimento Jovem Umbandista

por Matheus Zanon Figueira

Começo por destacar o preconceito que nós umbandistas sofremos no nossl_5bec7fa9e4865a441c2fa9ba8b7deba0 o dia-a-dia. As brincadeiras de colegas de trabalho, de familiares, de amigos...

A expressão de incredulidade quando expressamos sem vergonha a nossa religião. Sim, eu sou UMBANDISTA! E pronto. Logo começa o rebuliço.
E as perguntas fluem.

Admito e concordo que muitas dessas dúvidas são comuns e até consideráveis, mas é cada coisa que se ouve...

E a que devemos toda essa falta de esclarecimento?
Todas essas dúvidas que seriam tão fáceis de serem explicadas? A falta de estudo!

Muitos acham que ser Umbandista é só chegar no terreiro, incorporar e pronto. Cumpri minha tarefa.

Mas a Umbanda também é estudo. Estudo para se entender o porquê do caboclo gritar, o porquê do charuto do Exu ou da água e da vela tanto usadas pelos Pretos Velhos. Estudo para se entender a nossa fé.

E aí chegamos a juventude. E sua eterna sede pelo saber (ou ao menos assim deveria ser...).

É fraca a presença e a participação de jovens nos terreiros de Umbanda. Talvez por falta de informação ou até por vergonha de serem taxados de macumbeiros.

Por quê será que os jovens esperam envelhecer para adentrar em um terreiro e às vezes desencarnam jurando que são espíritas e não umbandistas?

Por quê o medo e a vergonha do jovem levantar a bandeira da Sagrada Umbanda? De agradecer a Zambi e desejar a paz de Oxalá?

Sei que a nomenclatura não importa. Seja Deus, Alá, Zambi... Mas porque não usar a nomenclatura própria da Umbanda? Será que é tão difícil o jovem lutar para desmistificar a Umbanda?

A Umbanda é uma religião aberta que permite diversas interpretações.
E isso acaba dificultando o estudo.

Estudo para se entender o porquê do caboclo gritar, o porquê do charuto do Exu ou da água e da vela tanto usadas pelos Pretos- Velhos.

Às vezes a corrente que você segue no seu atual terreiro não será a corrente (de pensamento) que será no próximo.

Não existe uma "bíblia" explicitando a prática e os conceitos da Umbanda. Isso varia de terreiro pra terreiro. Mas será que a troca de experiências não nos auxiliaria a compreender melhor a Umbanda?

Não estou propondo aqui uma estilização da Umbanda. Uma unificação de culto. Não!

O que digo é, unirmo-nos em uma frente para acabar com o preconceito, com a falta de estudo e compreensão. E poder oferecer esclarecimento para todos que se interessam por essa linda religião.

Isso é dever de todo Umbandista! Mas deveria ser um desejo especial o jovem. Lutar pela justiça!

Quantas barreiras impostas a Umbanda já não foram quebradas por uma geração anterior a nossa? E o que a nossa geração faz? Nós somos o futuro da Umbanda! Seremos nós que escreveremos os próximos 100 anos de nossa história como religião. Assim como no início.

Ou será que esquecemos que foi um jovem o aparelho utilizado para a decodificação da Umbanda? E que são os jovens, os jovens de espírito principalmente, que lutaram e lutam para que a nossa religião seja
respeitada.

A Umbanda é juventude! Juventude com seu desejo de se impor sem agredir. A juventude com sua vontade de buscar e compartilhar conhecimento.

Então, avante filhos de fé!

Vamos buscar. Vamos partilhar. Vamos vivenciar.

Vamos ser UMBANDA!

 

Fonte:  Matheus Zanon Figueira
Texto recebido de itamarapessoa do grupo Casa de Umbanda


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